domingo, 23 de março de 2014

Terminando o conto...


ALINE E O PRIMO RAUL-FINAL

- Oi Aline! - disse Raul, meio sem jeito.

- Oi Raul! - Aline tinha certeza que ele podia ouvir seu coração acelerado no peito.

- Eu precisava vir falar com você antes de ir embora,ficou um clima meio chato entre a gente - o português dele tinha um sotaque forte.

- É... - Aline não conseguiu dizer mais nada,será que a namorada dele sabia que ele estava ali?

Os dois ficaram em silêncio ,até que Raul tomou coragem e falou:

- Estou muito confuso Aline.Não sou indiferente a você,mas ainda gosto da minha namorada.O que tenho certeza e posso te dizer é que meu namoro não anda a mil maravilhas.Mas não vou te prometer nada,preciso pensar. - E pensou:nunca fui tão sincero na vida!

- Eu entendo Raul - disse ela e por sua vez pensou: pelo menos tenho esperança...

- Podemos trocar e-mails?

- Claro,eu adoraria.

Raul sorriu,mas subitamente ficou sério:

- Aline, eu soube de suas aventuras de como descobriu a casa,a maldição,e o tio Fernando como teu pai biológico.

Foi a vez dela sorrir:

- Ah! Eu adoro aventuras misteriosas.

- Pois eu tenho mais uma pra você.

- Mesmo? - Disse ela arregalando os olhos.

- Aline, no dia que o pessoal veio pra cá e eu não,fiquei do lado de fora da casa fazendo embaixadas.Numa desta tentativas pra controlar a bola,esta me escapuliu e foi descendo pra trás da casa na direção de um terreno mas baixo e cheio de mato.Fui atrás e tropecei em algo.- Ele fez uma pausa significativa - Era um túmulo.

- Um túmulo? - Aline sentiu um arrepio.

- Sim, e bastante antigo por sinal.

- Você falou com o pai?

- Perguntei a ele quem estava enterrado ali,mas foi bem na hora que Seu Pedro chegou,com algo urgente pra falar com ele,e simplesmente ele saiu sem responder.Achei que o tio não gostou da pergunta.

- Estranho...

- Amanhã nós vamos embora e você precisa descobrir a verdade.

- Você está pedindo pra um gato ir atrás de um rato! - Deu uma risadinha - Eu vou descobrir!

Os dois trocaram um olhar significativo e longo.Aline se sentia enlevada.Sua cabeça dava voltas: "Quem sabe ele acaba o namoro com aquela menina metida a besta.."

- Posso te dar um abraço? - perguntou Raul.

Aline se controlou pra não dizer: "Nem precisava pedir..." O Abraço foi inesquecível pra ela,eles se olharam de novo e Raul disse:

- Foi realmente um imenso prazer te conhecer.

- Iqualmente - dissa ela,num fio de voz.Raul lhe entregou um cartão de visita.

- Me escreva!

Aline não conseguiu mais falar,os olhos cheios de lágrimas.Ele se virou e foi embora.

Era principalmente daquele momento que Aline se lembrava agora,sentada na cadeira de balanço,ouvindo o vento assobiar ao seu redor.A doença da avó a impedira de descobrir o mistério do túmulo.Raul lhe mandara um e-mail dizendo que a cada dia que passava,ficava mais convencido que seu namoro perdera o encanto, o que enchia Aline de esperanças.Esta se pegava constantemente sonhando pelos cantos da casa,relembrando o abraço e o olhar cheio de promessas que ele lhe dera.

Naquela  manhã o pai viajara pra capital pra resolver algumas coisas.Aline pensou: "Amanhã irei até a casa,tenho que descobrir quem está enterrado lá e por qual motivo foi praticamente esquecido naquele lugar."

(Ane em 19/01/2006)

Repararam na data que este texto foi escrito?Naquela época o auge da comunicação pela internet era o e-mail,hoje como isso evoluiu,né?Vou dar um tempo com os contos,depois Aline retorna.Um beijo em cada bochecha!



domingo, 16 de março de 2014

Voltando as aventuras de Aline

 
ALINE E O PRIMO RAUL
 
Era um final de tarde de um dia extremamente quente. Ventos fortes levantavam nuvens de poeira da terra seca. Aline estava sentada numa cadeira de balanço na varanda da casa da fazenda. Tinha acabado os afazeres do dia e se sentia muita cansada. As últimas semanas tinham sido duras pra ela. Sua avó Filó adoecera gravemente  e ela tivera que se dividir entre estudar, cuidar da avó e dos afazeres da casa. Ainda bem que as outras mulheres da fazenda, solidárias, se revezaram pra ajudá-la. Seu pai oferecera seus préstimos, levando Dona Filó aos melhores médicos da capital. E graças ao bom Deus, Dona Filó reagira bem ao tratamento e estava praticamente boa agora.
 
Mas naquele momento, Aline relembrava de acontecimentos anteriores a doença da avó. Sua memória a levava ao passado, ao dia em que os tios, tias e primos chegaram da Espanha. Tinha se dado bem com eles. Sabia um pouco de espanhol e alguns dos familiares falavam português. A festa em comemoração ao fim da maldição da casa tinha sido inesquecível. Mas de tudo que acontecera naqueles dias, o que ainda fazia seu coração bater mais forte, fora o momento em que conhecera o primo Raul de 19 anos, que chegara depois dos outros. Quando pusera os alhos nele, pela primeira vez na vida, fora tomada por um estado de encantamento. Saíra completamente "do ar" e não conseguira dizer uma palavra sequer. O rapaz e todos que estavam à sua volta,riram da confusão dela, e uma de suas tias traduzira o que estava acontecendo:
 
- Aline apaixonou-se! - dissera.
 
Ela ficara ainda mais sem jeito e praticamente saíra correndo da sala. Hoje ao pensar em tudo aquilo, sentia o rosto enrubescer.Sempre fora difícil pra ela demonstrar sentimentos e ao contrário de suas amigas de escola, não tinha facilidade pra arranjar namorado. No dia seguinte soube, pra sua decepção, que Raul tinha uma namorada que viera junto com ele da Espanha.Aline sentiu uma mistura de ciúmes, tristeza e raiva. A garota era muito bonita, simpática, um amor de pessoa.
 
- Raul só tem olhos pra ela... - disse seu pai.
 
Na noite deste dia, Aline chorou até perder o fôlego. Ficara surpreendida com sua própria reação, que agora achava exagerada. Pela manhã, antes dos outros acordarem, pegara suas coisas e voltara pra casa da fazenda. Sentia que precisava se afastar. A tal garota quando a vira, nem sequer lhe dera um "oi" e olhara pra ela com ar de superioridade. Aline pensara: "A simpatia dela não serve pra mim, pelo jeito."
Dois dias depois, todos vieram visitá-la na fazenda, menos Raul e a namorada. Ninguém tocou no assunto e Aline suspirou aliviada.Houve um almoço com comidas típicas da Espanha, muita cantoria e histórias engraçadas. Da maldição da casa, que todos tinham experimentado, ninguém queria mais se lembrar. Chegou o dia da família voltar pra Espanha. O pai, Seu Fernando, avisou a Aline que iria junto, mas voltaria logo. Na noite anterior a viagem deles, Aline recebeu uma visita. Estava no quarto arrumando algumas roupas no armário, quando Dona Filó apareceu na porta:
 
- Aline, tem visita pra você na sala.
- Ué, quem é a essa hora?
- Vai lá ver...
 
Alguma coisa no tom de voz de Dona Filó fez seu coração acelerar, já sabia quem era a visita. Caminhou até a sala quase sem sentir o chão. Quando chegou lá encarou Raul com uma expressão enigmática no rosto.
 
(Ane em 13/01/2006)
 
CONTINUA
 
Espero que tenham gostado da primeira parte. A semana que passou choveu forte por aqui. Tive uma boa folga do trabalho também .Estas coisas são tudo de bom! Beijos nas bochechas e até a próxima semana.
 


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