Apesar de serem muito criticados através dos tempos, os ‘livrinhos’ das séries “Sabrina”, “Julia” e “Bianca” causaram uma verdadeira revolução no público leitor feminino dos anos 70 e comecinhos da década de 80.Aliás, quero esclarecer que esse post não é específico da série “Sabrina”, mas também das ‘Julias’ e ‘Biancas’, todas elas importantes para a propagação dos romances de banca no Brasil. Tudo bem que “Sabrina” foi a pioneira do gênero nos anos 70, mas as outras duas séries também tiveram uma importância fundamental.
O romance de banca teve origem, aqui na terrinha, em 1935 e esta fase inicial durou até 1960, quando a Companhia Editora Nacional já publicava coleções de livros para as ‘moças’ daquela época, as chamadas coleções Azul, Rosa e Verde. Desses selos, o mais popular foi a Coleção Verde, também chamado de Biblioteca das Moças que contava com 175 títulos.
O gênero teve o seu grande “boom” nos anos 70 quando a Editora Nova Cultural de São Paulo colocou no mercado, quer dizer... nas bancas, as coleções “Sabrina”, “Julia” e “Bianca”. Agora, pasmem. As tiragens desses romances chegavam a atingir 600 mil exemplares por mês, fazendo a alegria não só das leitoras, como também dos jornaleiros.
Sabrina foi a grande pioneira. Foi esta série, a primeira à ser lançada em 1977, mais de uma década e meia após o encerramento das atividades da Companhia Editora Nacional com as suas coleções azul, rosa e verde. Sabrina revitalizaria o romance de banca em nosso País, que já era considerado um gênero praticamente morto e enterrado. Os primeiros livros fizeram tanto sucesso que no ano seguinte, 1978, a Nova Cultural colocaria no mercado a série “Julia”; e em 1979, a série “Bianca”. Dessa maneira, os donos da Nova Cultural estavam praticamente copiando uma fórmula que havia dado certo em 1935 com a Editora Nacional, ou seja, lançar uma série de livros com três selos diferentes. Assim, “Sabrina” substituiria o selo verde; “Julia”, o rosa e “Bianca”, o azul.
As mulheres mais... digamos.... recatadas, eram fãs de “Bianca” que abordavam os relacionamentos amorosos dos casais de protagonistas de uma forma mais clássica, mais poética. Os relacionamentos calientes, do tipo "corpo a corpo" não tinha espaço na série. As moças mais moderninhas e impetuosas que gostavam de encarar desafios, além de serem mais liberais em seus relacionamentos amorosos atacavam de Júlia. Quanto as meninas que adoravam devorar aquelas histórias repletas de conflitos familiares e amorosos, recheados de lágrimas de sangue e final feliz, semelhantes aos famosos dramalhões mexicanos, iam de “Sabrina”.
A Nova Cultural continuou distribuindo “Sabrina”, “Julia” e “Bianca” nas bancas até 2011. Depois disso passou a vender os livros da série apenas no site da editora.
Algumas características inconfundíveis dos enredos desses três selos:
01 – Casal de protagonistas sempre bonitos
02 – Autoras desconhecidas
03 – Simplicidade e finais felizes
04 – Exclusivo para as mulheres
05 – Cenas de amor exageradas. Fonte
Estes livros são um verdadeiro portal de volta ao passado! Minhas irmãs liam muito e eu aproveitava e lia também. Acho que depois dos livros de literatura brasileira, que comecei a ler por causa da escola, foram estes livros que me fizeram conhecer o mundo mágico da leitura. No momento estou lendo "Nas Montanhas do Marrocos" de Luisa Bérard que me lembra muito estes romances, com uma diferença:este livro tem 560 páginas! Mas aproveitei as férias pra adiantar a leitura e já passei da metade. Alguém aí já leu esta série de livros de antigamente? Me conte nos comentários!
Beijos nas bochechas!