sábado, 31 de maio de 2014

Aline voltou outra vez!


ALINE  E O TÚMULO ABANDONADO

No dia seguinte,Aline levantou-se mais cedo.Arrumou algumas coisas que ia precisar em uma bolsa grande e foi avisar a Dona Filó que ia pra casa do pai.Dona Filó nunca gostava quando ela fazia isso.Aline sentia que não era bem por causa de ciúmes,mas alguma coisa em relação à casa.Não conseguia entender, já que a maldição acabara e tudo estava bem agora.A não ser a descoberta do tal túmulo...

Ao chegar lá,mal podia conter sua curiosidade.Largou a bolsa em cima do sofá e contornou a casa em direção ao quintal.Este era totalmente cercado por um muro alto,mas o terreno que Raul lhe falara ficava depois do muro.Era um lugar sombreado,com muitas árvores altas e frondosas que formavam um teto de folhas sobre sua cabeça.A vegetação rasteira cobria seus pés.Era um local silencioso também: nenhum canto de passarinho,nenhum inseto,silêncio total! Até o vento soprava fraco ali.Aline teve a impressão de estar isolada do mundo,sentiu como se tivesse dado um salto pra trás no tempo e a cada passo a sensação crescia.

Demorou um pouco pra que ela encontrasse o túmulo.Na verdade,era uma pequena lápide tumular,quebrada e coberta de fungos e líquens.Será que Raul quebrara a lápide ao tropeçar nela?Curvou-se e apanhou a lápide,mas por mais que tentasse não conseguia ler o nome gravado lá.Só distinguia a letra "P" e uma data:1850.Sentia uma certa opressão no peito,mas só tinha uma coisa a fazer.Levou a lápide até o tanque de lavar roupa da casa e tomando uma escova tratou de escová-la.Aos poucos conseguiu juntar as letras e ler:

Philomena Garcia Marques

1850 - 1885

Aline sentiu um arrepio.Era quase o nome da avó Filó!Com a diferença do sobrenome que viera de seu avô, o nome de Dona Filó era: Filomena Marques de Oliveira!

Alguém a chamou na sala,era Seu Pedro:

- Aline você viu aquela pá grande?Estou precisando dela.

- Não, não vi.Seu Pedro preciso lhe perguntar uma coisa.

- Pois diga, menina.

- Só um minuto! 

Aline volta ao tanque pega a lápide e entra triunfalmente na sala.Seu Pedro tem um sobressalto e fica pálido:

- Aline,o que você anda aprontando menina? - disse ele tremendo.

- Eu quero saber quem é - disse ela com voz firme - Filomena Garcia Marques que está enterrada aqui nos fundos do terreno desta casa.

- Eu não... - balbuciou Seu Pedro.

- Ela é de minha família Seu Pedro? Porque foi enterrada aqui e não no cemitério da cidade?Ninguém cuida do túmulo, eu nem sabia de sua existência!

- Acho que devia falar com sua avó - Seu Pedro parecia recuperado do susto - Se alguém tem que te contar é ela e não eu!

- Mas o senhor sabe, não é? Me diga!

Seu Pedro senta-se lentamente no sofá, Aline o acompanha e coloca a lápide no chão.

- Tudo que sei é que ela era a avó de sua avó Filó - disse ele depois de uma pausa - Foi ela que construiu esta casa e aqui morreu ainda jovem e de maneira muito estranha...

- Morreu como?

- Ah! Eu não sei,tudo que sei já lhe contei! - disse Seu Pedro quase gritando,levantou-se e saiu.

- Seu Pedro o senhor sabe de mais coisas!Me conte!

- Eu não!Vou procurar a pá e a Senhorita coloque esta lápide onde a encontrou!

Aline fez mais que isso.Pegou uma enxada,retornou ao terreno e limpou ao redor do túmulo.Colocou a lápide no local original da melhor maneira que pôde.Nesse mesmo dia retornou a casa da fazenda.Encontrou Dona Filó sentada na cozinha:

- Já voltou? - disse quando viu a neta.Aline dá um beijo na testa da avó.

- Vó, precisamos ter uma conversa séria.A senhora sabe por que fui na casa de papai hoje?

- Por que você adora aquilo lá!

- E a senhora não né? Por que?

- Apenas não gosto e pronto!

- Explicação pouco convicente - diz Aline - sabe o que descobri lá hoje?

Dona Filó pareceu apreensiva.

- Descobri o túmulo de sua avó - continuou ela.

Se Aline tivesse jogado uma bomba de São João na cozinha não teria provocado uma reação tão grande na avó.Dona Filó ficou paralisada,mais branca que a blusa que usava.Com uma força que Aline a julgaria incapaz um momento antes,Dona Filó se levanta e diz com raiva:

- Quem lhe autorizou a remexer no passado?

CONTINUA...

Tomara que vcs gostem deste conto.Na próxima semana tem o final!
Por aqui tudo caminhando,sem grandes novidades.
Beijos nas bochechas!

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